No mar, trezentos e sessenta e cinco dias
são quinze dias a menos em qualquer dos meses.
No mar sinto-me um relojoeiro,
homem sem pressa,
meditativo.
No mar não encontro defeitos em nada,
nem mesmo quando me dispo.
no mar não há cântaros rachados.
Não há conversas sobre a perfeição.
No mar sou um artífice igual,
tal é a perfeição do mar.
No mar não há zelos pela escuridão,
no mar só existe luz.
No mar só há avisos bons,
de animais,
do frio,
da natureza de que ninguém sabe.
Novembro de 2017
Texto: Manuel Peres